segunda-feira, 17 de setembro de 2012

200 carcaças de carros são achadas no Rio Tietê


Submersas no Rio Tietê, na altura do Jardim Helena, zona leste da capital paulista, havia pelo menos 200 carcaças de veículos roubados. O Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) começou a remover o entulho no início desta semana e a margem esquerda do rio está repleta de pilhas de sucata retirada das águas.
A quantidade de carcaças abandonadas é tão grande que serve para aumentar o impacto das enchentes nas ruas vizinhas. O ponto de desmanche e desova de veículos fica no terreno onde o governo estadual pretende construir um parque linear, depois de remover as famílias que vivem ali de maneira irregular.
O delegado titular do 59.º Distrito Policial (Jardim Noêmia), José Bella, disse que os bandidos se aproveitavam da escuridão e do fato de ser um local afastado para fazer o desmanche de veículos durante a noite. "Não tem iluminação nenhuma, é no meio do mato, com uma casinha ou outra por perto."
Segundo Bella, já havia uma investigação em curso e três pessoas foram detidas. O delegado conta que foi expedido um ofício para que o Daee fizesse a remoção dos carros, quando se percebeu que o local era usado como ponto de desova - 184 veículos já teriam sido removidos. "O que não se sabia era a quantidade de veículos. Quando se começou a removê-los, chamou bastante a atenção. Eles estavam empilhados sob a água, em vários níveis, e aquilo que se via por fora era apenas uma pequena parte."
O objetivo da polícia agora é tentar identificar como os criminosos conseguiram os carros e a quem pertenciam de fato. "Estamos agora procurando saber de onde são esses carros e de quem eles foram roubados. Já acionamos as seguradoras."
Só seminovos. Também chamou a atenção da polícia o perfil dos carros submersos. "Só há seminovos, que usavam para reaproveitar peças. Não tinha carro velho. O único 'Fusca' que eu vi é um New Beetle, modelo 2009."
O delegado afirmou também que oito veículos foram identificados até a noite de ontem. Haviam sido roubados nos últimos anos em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, em Santo André, no ABC Paulista, e nos bairros de Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista e Itaquera, na zona leste da capital.
Bella diz que tem encontrado dificuldade para aprofundar as investigações, por causa do silêncio dos vizinhos. "Conversamos com os moradores, mas ninguém sabe, ninguém viu."
Barcos. Segundo o chefe dos investigadores do 59.º DP, Valdir Pereira do Nascimento, os bandidos usavam até barcos para fugir após a desova. "Temos informações de que ladrões de Guarulhos vinham até aqui para fazer o desmanche. Eles usavam barcos para levar as peças para a outra margem, durante a madrugada."
O trabalho de remoção das carcaças prosseguia na tarde de ontem e tinha o apoio da Polícia Militar, que rondava o local com duas viaturas. "Na verdade, a gente ainda não sabe se todos os veículos foram mesmo jogados aqui ou se as carcaças ficaram amontoadas neste lugar por ser uma curva do rio", afirmou o sargento André Aguiar, responsável pelo local.
   Postado por Matheus Bueno
                                         
                                       

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