O Tietê, com seus 1.150 km de extensão, é o maior rio do estado de São Paulo. Mas, na região metropolitana, é um dos mais poluídos e está completamente morto. O que causou tanto estrago foi a expansão desordenada da cidade e o consequente despejo de esgotos residenciais e industriais diretamente no rio. Para limpar a bacia hidrográfica que corta a cidade paulistana, seria necessário melhorar o sistema de canalização da região. Com esse objetivo, em 1992, foi criado o Projeto Tietê, administrado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Durante a primeira etapa do programa, que se estendeu até 2000, foram construídos três estações de tratamento de água (que se somaram às duas já existentes), além de tubulações para a coleta e o transporte de dejetos. Segundo a Sabesp, com o fim dessa primeira fase de despoluição, o índice de coleta de esgotos na região metropolitana de São Paulo passou de 63% para 80% e o índice de tratamento aumentou de 20% para 62%.
Durante a primeira etapa do programa, que se estendeu até 2000, foram construídos três estações de tratamento de água (que se somaram às duas já existentes), além de tubulações para a coleta e o transporte de dejetos. Segundo a Sabesp, com o fim dessa primeira fase de despoluição, o índice de coleta de esgotos na região metropolitana de São Paulo passou de 63% para 80% e o índice de tratamento aumentou de 20% para 62%.
Entre 2002 e 2009, na segunda etapa do projeto, houve um aumento da rede de coletores (tubos que recolhem o esgoto) e interceptores (tubulações que ficam na margem dos rios e impedem que o lixo seja despejado nele). Hoje, a região metropolitana tem 84% do esgoto coletado e, desses, 70% é tratado. A partir do segundo semestre deste ano, começa a captação de recursos para a terceira fase do plano, prevista para terminar em 2015 e aumentar ainda mais o índice de água tratada em São Paulo.
Não há previsão para que 100% do esgoto produzido na metrópole seja tratado, já que nem mesmo nos países mais desenvolvidos isso acontece. No Reino Unido, por exemplo, o índice está em 92%. Também é um erro comparar o projeto de despoluição do Tietê ao que ocorreu em rios como o Sena (na França) e o Tâmisa (na Inglaterra). "O projeto de limpeza do Sena durou mais de 70 anos. Também tem que se levar em conta que a população da cidade de São Paulo é de 19 milhões de habitantes, contra os 8 milhões de Paris. Além disso, os dois rios são muito diferentes. A vasão do francês é de 50 mil litros por segundo e o do Tietê é de apenas 34", explica Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais da Sabesp. A vazão é o volume de água que corre pelo rio a cada segundo e, quanto maior, mais fácil seu processo de auto-limpeza. Por causa de todos esses fatores, é impossível prever se um dia será possível ver peixes na parte do Tietê que corta a cidade de São Paulo. "O problema é que há muitas ligações clandestinas de esgoto, que não passam pelos coletores e vão direto para o rio ou para as galerias pluviais. É preciso que a população se conscientize do seu papel", afirma Carlos Eduardo Carrela. O superintendente ainda explica que, se o rio parar de receber sujeira, a despoluição acontece naturalmente, por meio do mecanismo de auto-limpeza, que dissolve os poluentes e oxigena a água. Apesar da dificuldade em despoluir a região metropolitana, no interior do estado ela já pode ser percebida. Antes do início do Projeto Tietê, o rio estava morto até na região de Barra Bonita, a cerca de 250 km da capital. Depois do fim da primeira etapa de limpeza, a mancha de poluição recuou 120 km e peixes voltaram a aparecer na barragem da cidade. "Com o fim da segunda fase, esperamos que daqui a um ou dois anos a mancha recue mais 40 km, até a região de Salto, a 100 km da capital", diz Carrela.
Já na segunda maior capital do Brasil, o Rio de Janeiro, a luta é para despoluir a Baía de Guanabara. Desde 1994, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) administra o Projeto de Despoluição da Baía de Guanabara. O desafio é limpá-la e fazer com que os vários animais que desapareceram voltem a habitar a região. O estuário tem 346 m2 e engloba 15 municípios. Pelo menos 35 rios deságuam nele e, segundo dados do CEDAE, recebe esgoto de 10 milhões de pessoas e de 12 mil indústrias. Ou seja, para que a despoluição aconteça, primeiro é necessário que o lixo deixe de chegar a todos esses rios. Para tanto, foram construídas três estações de tratamento de água e quatro outras foram ampliadas. Também foram feitos coletores e receptores de esgoto e o plano é que essa rede seja aumentada. Porém, a CEDAE não tem dados sobre quais os índices de esgoto coletado e tratado em toda a região que cerca a Baía de Guanabara. "Não é possível ter um dado preciso sobre o grau de eficiência na despoluição, pois há muitos municípios e alguns não estão incluídos no escopo do programa", afirma Robson Coutinho, chefe da Coordenação de Análise de Projetos e Cadastro Técnico do Projeto de Despoluição da Baía de Guanabara.
Não há previsão para que 100% do esgoto produzido na metrópole seja tratado, já que nem mesmo nos países mais desenvolvidos isso acontece. No Reino Unido, por exemplo, o índice está em 92%. Também é um erro comparar o projeto de despoluição do Tietê ao que ocorreu em rios como o Sena (na França) e o Tâmisa (na Inglaterra). "O projeto de limpeza do Sena durou mais de 70 anos. Também tem que se levar em conta que a população da cidade de São Paulo é de 19 milhões de habitantes, contra os 8 milhões de Paris. Além disso, os dois rios são muito diferentes. A vasão do francês é de 50 mil litros por segundo e o do Tietê é de apenas 34", explica Carlos Eduardo Carrela, superintendente de Gestão de Projetos Especiais da Sabesp. A vazão é o volume de água que corre pelo rio a cada segundo e, quanto maior, mais fácil seu processo de auto-limpeza. Por causa de todos esses fatores, é impossível prever se um dia será possível ver peixes na parte do Tietê que corta a cidade de São Paulo. "O problema é que há muitas ligações clandestinas de esgoto, que não passam pelos coletores e vão direto para o rio ou para as galerias pluviais. É preciso que a população se conscientize do seu papel", afirma Carlos Eduardo Carrela. O superintendente ainda explica que, se o rio parar de receber sujeira, a despoluição acontece naturalmente, por meio do mecanismo de auto-limpeza, que dissolve os poluentes e oxigena a água. Apesar da dificuldade em despoluir a região metropolitana, no interior do estado ela já pode ser percebida. Antes do início do Projeto Tietê, o rio estava morto até na região de Barra Bonita, a cerca de 250 km da capital. Depois do fim da primeira etapa de limpeza, a mancha de poluição recuou 120 km e peixes voltaram a aparecer na barragem da cidade. "Com o fim da segunda fase, esperamos que daqui a um ou dois anos a mancha recue mais 40 km, até a região de Salto, a 100 km da capital", diz Carrela.
Já na segunda maior capital do Brasil, o Rio de Janeiro, a luta é para despoluir a Baía de Guanabara. Desde 1994, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) administra o Projeto de Despoluição da Baía de Guanabara. O desafio é limpá-la e fazer com que os vários animais que desapareceram voltem a habitar a região. O estuário tem 346 m2 e engloba 15 municípios. Pelo menos 35 rios deságuam nele e, segundo dados do CEDAE, recebe esgoto de 10 milhões de pessoas e de 12 mil indústrias. Ou seja, para que a despoluição aconteça, primeiro é necessário que o lixo deixe de chegar a todos esses rios. Para tanto, foram construídas três estações de tratamento de água e quatro outras foram ampliadas. Também foram feitos coletores e receptores de esgoto e o plano é que essa rede seja aumentada. Porém, a CEDAE não tem dados sobre quais os índices de esgoto coletado e tratado em toda a região que cerca a Baía de Guanabara. "Não é possível ter um dado preciso sobre o grau de eficiência na despoluição, pois há muitos municípios e alguns não estão incluídos no escopo do programa", afirma Robson Coutinho, chefe da Coordenação de Análise de Projetos e Cadastro Técnico do Projeto de Despoluição da Baía de Guanabara.
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