Dos
tempos do 'Grande Fedor' – como
o Tâmisa ficou conhecido também como rio fedorento em 1858,
quando as sessões do Parlamento foram suspensas por causa do mau cheiro – até
hoje, foram quase 120 anos de investimento na despoluição das águas do rio que
cruza a cidade de Londres. Milhares de milhões de libras mais tarde, remadores,
velejadores e até pescadores voltaram a usar o Tâmisa, que hoje conta com 121
espécies de peixes.
Se a
poluição começou ainda nos anos de 1610,
quando a água do rio deixou de ser considerada potável, a despoluição só foi
começar a partir de meados do século XIX, na época em que o rio conquistou a
infame alcunha com o seu mau cheiro.
A
decisão de construir um sistema de captação de esgotos também deve muito às
epidemias de cólera das décadas
de 1850 e 1860.
A infraestrutura construída então continua até hoje como a espinha dorsal da
rede atual, apesar das várias melhorias ao longo dos anos. Na época, os
engenheiros criaram um sistema que simplesmente captava os dejetos produzidos
na região metropolitana de Londres e os despejava
no Tâmisa alguns quilômetros rio abaixo.
Na
época, a solução funcionou perfeitamente, e o rio voltou a se recuperar por
alguns anos. No entanto, com o crescimento da população, a mancha de esgoto foi
subindo o Tâmisa e, por volta de 1950,
o rio estava, mais uma vez, biologicamente morto. Foi então que as primeiras
estações de tratamento de esgoto da cidade foram construídas.
Reintrodução artificial do Salmão
Em
1979, o salmão – que é reconhecidamente sensível
à poluição, foi reintroduzido
no rio, tendo sido escolhidos espécimes ainda imaturos para que fossem por
instinto até ao mar e de seguida subissem o rio de modo a reproduzirem-se
naturalmente. No entanto, em 2006 e pela primeira vez desde o início desta
experiência, não foi detectado um único salmão, o que leva a crer que o
projecto esteja à beira de falhar.
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